It takes courage to enjoy it
the hardcore and the gentle
big time sensuality
(Big Time Sensuality, Björk)
Sempre que virem um homem podre de bom a tirar a camisa num comercial e a fazer olhinhos de cama à câmara, podem estar certos que, 8 em cada 10 casos (e já estou a dar de barato…), há ali um queer eye matreiro e perverso a orquestrar tudo nos bastidores, oh se há. A receita é mais velha do que a Sé de Braga – e a Sé de Braga é antiga como o caraças -, mas ainda tem muito para bater, pois quem gosta de rapazes – sim, parece que as mulheres também não desgostam… - sempre se pelou e vai continuar a se pelar por uns belos peitorais ao léu – há maus hábitos que não mudam com o tempo, tendo em conta que muitos imperadores romanos, antes de Cristo descer à Terra, já suavam frio com os abdominais dos centuriões.
Antes de escarnecerem da minha bem sustentada lógica, experimentem só olhar com atenção para o mais recente anúncio do perfume The One for Men (ver aqui), estrelado pelo calmeirão Matthew McConaughey – nem sou grande fã de um tipo que faz gala em não usar desodorizante há mais de 20 anos (!), mas só o facto de o gajo ter trinta e quase todos e ainda ficar bem na fita, já é motivo para todos os trintões, eu incluído, lhe ficarmos gratos -, e digam lá se não tenho razão.
De uma assentada só, o duo Dolce & Gabbana piscou o olho às mulheres e aos gays, ou não fossem estes os alvos preferenciais quando se trata de vender um perfume masculino. E de que gostam as mulheres e os gays? De homens que lhes encham as medidas, pois então. Foi essa mesma lógica que levou à escolha certeira do modelo britânico David Gandy, mas capaz de meter no chinelo muito latin lover legítimo, para dar corpo – literalmente falando – à fragrância masculina mais estival da marca, o Light Blue.
Curiosamente, se as campanhas publicitárias de Dolce & Gabbana não me passam ao lado, o mesmo já não posso dizer dos seus perfumes. Sei lá, deve ser uma coisa de pele. Agora não dispenso um bom perfume – e escusam de me vir com aquela lenga-lenga da treta de que o cheiro natural de cada um é mais do que suficiente…
Gosto de perfumes e não se fala mais nisto. E não é de hoje. Comecei a usá-los ainda adolescente imberbe e sem ter muita noção do seu poder. Sim, porque umas gotas do perfume certo no momento certo – tal como uma peça de roupa, nem todos os perfumes nos assentam bem, há que testar primeiro a sua química com a nossa pele, da mesma forma que o mesmo perfume não vai bem em todas as ocasiões – não garantem o milagre, mas podem apressar a revelação.
Há quem seja fiel ao mesmo perfume a vida toda. Não eu. Até há aqueles a que, mais tarde ou mais cedo, eu volto sempre – como é o caso do Egöiste, pela Chanel, um perfume poderoso que vai muito bem com uma camisa preta -, mas preciso sentir que sou livre para experimentar coisas novas – ainda me lembro da primeira vez que usei um perfume da Carolina Herrera; não descansei enquanto não descobri o seu nome depois de me ter inebriado com ele em pescoço alheio (o pescoço per si, e o dono do pescoço, era-me indiferente, eu queria mesmo era a senha para a gruta de Ali Babá). Agora estou a usar Prada de dia e Narciso Rodriguez à noite. Mas se tivesse de escolher um perfume só pela embalagem e não pelo conteúdo, não pensaria duas vezes em deitar a mão ao parrudo do Fuel For Life by Diesel – tanto que o rapaz é repetente aqui no blogue, honra rara. Coisa fina é também o Wood dos manos canadianos da Dsquared, com direito a um homem-propaganda-com-olhos-de-cachorro-abandonado a quem dá vontade de dar casa, cama e roupa lavada.
12 comentários:
Publicidades à parte, de facto existem uns quantos perfumes dos quais sou fã. Não sou de ter muitos perfumes ao mesmo tempo e sou mais ou menos fiel entre 3 ou 4 que vou rodando, mas de vez em quando lá cometo uma loucura e compro um outro.
Regra geral em tempos/dias/horas/estações quentes uso perfumes à base de citrinos. Sou viciado no Crave do cK. Em oposição nos tempos/dias/horas/estações frias gosto de perfumes "encorpados", com cheiros quentes, mas sem serem demasiado fortes e lá tenho que destacar o Chic da Carolina Herrera. Um dia ainda arrisco e uso o Le Male, que apesar de achar demasiado forte adoro o cheiro. É dos perfumes que me faz desviar o olhar e procurar a pessoa que o usa :P
Abraço
ps-espero que a viagem de negócios tenha corrido bem :)
Independente da publicidade, eu uso este: http://br.youtube.com/watch?v=uDU_P2NYqZo&feature=related
Abraços.
Tens bons gostos: em homens e perfumes(como usá-los)...
Abraço.
Aconselhas algum? Perfume, claro! ;)
Um abraço.
matthew é sempre bom
sujo, fedido ou assim vestido
hehehehe
e viva a fórmula!
Publicidade de perfume é a melhor que tem... adoro!
Posso ficar com os dois Dolce & Gabbana? Entre o latino/bomba sexual e o sofisticado/irresistível a decisão (se pudesse existir, oh ambição desmedida) afigura-se deveras difícil. Venha Deus e escolha... conseguiria? (com isto não quero dizer que Deus seja gay... salvo seja!).
Parabéns pelo blog. Nunca deixei nenhum comment mas sou um leitor atento e apreciador da inteligência dos textos. Argutos e com espessura!
CL
Como sempre eu vou "por outro caminho" ;-).
Melhor do que escolher o perfume certo, é senti-lo... naquela peça de roupa "esquecida", ou senti-lo de repente, carregado por uma brisa...
Um bom perfume realmente pode abrir as portas para as cavernas do ali Babá!!! como disse você... ehehe
Abração!!!
Pára tudo!!!
O que exatamento o senhor, muito assanhado, estava pretendendo com aquele último parágrafo do post???
Está querendo enfartar as pobres irmãs necessitadas????
Está querendo que elas se tranquem no banheiro e prestes ininterrúptas homenagens ao senhor??
HJAuahauhuahauhauahau!
Abusado!
Beijão!
que publicidade que o que???
eu quero é o seu cheiro apos o banho e com borrifadas nao sei onde!
hahaha estou em estado de choqeu !
lol
Ando traumatizado. Nada pior que depois d euma reunião com o chefe, ele dizer: "Epah, tens o perfume no Henrique Granadeiro"
:P
Eu sou fã dos produtos da Paco Rabanne
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