Day one, day one
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
(Not As We, Alanis Morissette)
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
(Not As We, Alanis Morissette)
A semana fecha com mais um equívoco. Não sei se chego a lamentar. Não sei se há realmente algo a lamentar. Deixei uma porta entreaberta, mais por descargo de consciência do que por convicção de que poderá valer a pena. Não cheguei a tirar os pés do chão e ainda tive de andar a disfarçar, como um adolescente, o chupão no pescoço.
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Há mais ou menos uma semana, estava eu, banho tomado, a secar o cabelo num dos espelhos do balneário quando um dos personal trainers veio dividir a bancada comigo. Nada de mais, não fosse o facto de eu estar vestido, como é normal, e ele totalmente nu. Já o vi várias vezes no ginásio: mais de um metro e oitenta, moreno, boa pinta e corpo musculado. Claro que lhe tirei as medidas pelo espelho, mas tentei ser o mais discreto possível para não lhe dar a satisfação de "alvo atingido". Não faço a menor ideia se o fulano é gay ou não; tão pouco me dei ao trabalho de ficar ali plantado mais tempo do que o estritamente necessário para um tira-teimas. Mas, a ser verdade que ele se estava a fazer a mim, não deixa de ser lisonjeiro, pois o fulano deve ser o sonho de consumo de muito macho por ai, mas não levo jeito para este tipo de engate com linguagem cifrada. E se não é gay, o que eu duvido pela forma como se exibiu, tem imenso talento para a coisa, pois nunca vi um tipo levar tanto creme para um ginásio e colocar tamanho empenho na aplicação de um corrector de olheiras. S-E-I.
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Há dias, nesse mesmo espelho, de novo a secar o cabelo (sim, eu sou dos que não saem para a rua de cabelo molhado). Assim como quem não quer a coisa, o mesmo tipo com quem ainda há pouco tinha cruzado o olhar enquanto estávamos os dois a fazer cardio, chega-se à bancada com o pretexto de se ajeitar antes de sair. Fico com a sensação de que os seus gestos saem meio atabalhoados e que tudo não passa de um pretexto esfarrapado para trocar mais um olhar comigo. Dá-me mesmo a impressão de que, por uma fracção de segundos, fica à espera de alguma reacção minha. Azar. Eu realmente não levo jeito para este tipo de coisas. O fulano acaba por se ir embora e é uma pena. Não me importava nada de ter ficado com o seu número, just in case...
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Escrevi há pouco que deixei uma porta entreaberta, não foi? Ah, já me arrependi. Esqueci-me que por cada porta fechada, Deus abre-nos uma janela. Do nada recebo um sinal de fumo de alguém que julgava já perdido para quem o soubesse apanhar... Leio na mensagem "É só para saber se está tudo bem contigo...". S-E-I. Acho que vou responder: estava uma merda, mas agora pode ficar óptimo.
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Um dia destes, eu ainda me canso de ser um homem decente e enveredo de vez pelo mau caminho. Bem ao género "Oh God make me good, but not yet".
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Há mais ou menos uma semana, estava eu, banho tomado, a secar o cabelo num dos espelhos do balneário quando um dos personal trainers veio dividir a bancada comigo. Nada de mais, não fosse o facto de eu estar vestido, como é normal, e ele totalmente nu. Já o vi várias vezes no ginásio: mais de um metro e oitenta, moreno, boa pinta e corpo musculado. Claro que lhe tirei as medidas pelo espelho, mas tentei ser o mais discreto possível para não lhe dar a satisfação de "alvo atingido". Não faço a menor ideia se o fulano é gay ou não; tão pouco me dei ao trabalho de ficar ali plantado mais tempo do que o estritamente necessário para um tira-teimas. Mas, a ser verdade que ele se estava a fazer a mim, não deixa de ser lisonjeiro, pois o fulano deve ser o sonho de consumo de muito macho por ai, mas não levo jeito para este tipo de engate com linguagem cifrada. E se não é gay, o que eu duvido pela forma como se exibiu, tem imenso talento para a coisa, pois nunca vi um tipo levar tanto creme para um ginásio e colocar tamanho empenho na aplicação de um corrector de olheiras. S-E-I.
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Há dias, nesse mesmo espelho, de novo a secar o cabelo (sim, eu sou dos que não saem para a rua de cabelo molhado). Assim como quem não quer a coisa, o mesmo tipo com quem ainda há pouco tinha cruzado o olhar enquanto estávamos os dois a fazer cardio, chega-se à bancada com o pretexto de se ajeitar antes de sair. Fico com a sensação de que os seus gestos saem meio atabalhoados e que tudo não passa de um pretexto esfarrapado para trocar mais um olhar comigo. Dá-me mesmo a impressão de que, por uma fracção de segundos, fica à espera de alguma reacção minha. Azar. Eu realmente não levo jeito para este tipo de coisas. O fulano acaba por se ir embora e é uma pena. Não me importava nada de ter ficado com o seu número, just in case...
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Escrevi há pouco que deixei uma porta entreaberta, não foi? Ah, já me arrependi. Esqueci-me que por cada porta fechada, Deus abre-nos uma janela. Do nada recebo um sinal de fumo de alguém que julgava já perdido para quem o soubesse apanhar... Leio na mensagem "É só para saber se está tudo bem contigo...". S-E-I. Acho que vou responder: estava uma merda, mas agora pode ficar óptimo.
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Um dia destes, eu ainda me canso de ser um homem decente e enveredo de vez pelo mau caminho. Bem ao género "Oh God make me good, but not yet".