17.10.07

A Parede



A movement in the corner of the room!
And there is nothing I can do
When I realise with fright
That the spiderman is having me for dinner tonight!

(Lullaby, The Cure)


Rodopiamos
Embriagados pela luz

Sem despregar o olhar

Eu avanço
Tu recuas

Tropeçamos no ardor
Mas os corpos amparam a queda

Num compasso a dois tempos

Arremesso-te
Tu resistes

Faço-te girar
Tu rebates

A parede nua é a minha teia
Cerco-te por todos os lados

A minha língua é veneno
que te entorpece

Mas o desejo em ti aceso encadeia
Cego, apenas guiado pelo teu cheiro,
Devoro a tua boca

Sopro segredos ao teu ouvido
Os teus lábios devolvem murmúrios

São minhas as mãos que por ti deslizam
É tua a pele que se eriça ao meu toque

E porque a vertigem é passageira
Mas a ilusão pode ser eterna
Enredamo-nos na parede nua
Sem pressa dela sair.

7 comentários:

Maurice disse...

Näo sei se é pela conjugacäo com a fotografia, mas cheira a tango...! :)

Ab.

Oz disse...

É Maurice, a ideia era mesmo essa! :-)

João Roque disse...

Concordo inteiramente, mas aquele tango, à maneira antiga, dançado com volúpia e virilidade à mistura, por dois homens nos locais antigos de Buenos Aires...

João Roque disse...

...queria dizer "lugares nocturnos de Buenos Aires"...

Râzi disse...

Oi, meu padeiro lindoooo1

Só visitando!

Beijão!

RIC disse...

Vertigem passageira ou ilusão eterna, dança física ou coreografia mental, a parede é um palco ou um ecrã onde um rito de sedução ocorre ou uma fantasia se projecta...
:-)

Will disse...

Excelente digressão pelo tango e pela poesia caro Oz: queremos mais!!!